Aqui começa a segunda história contada nos capítulos finais do Livro de Juízes. O primeiro episódio, que aqui lemos, também se passa naquele tempo “em que não havia rei em Israel” (Juízes 19.1). E também envolve um levita, um homem com funções religiosas. Na história anterior (capítulos 17 e 18), o levita tinha sido tratado com respeito, por causa de sua vinculação com o divino. Nessa história agora, veremos que mesmo isso podia não ser respeitado.
Certo levita teve problemas com uma concubina (uma esposa secundária), e essa foi embora, voltando à casa paterna (Juízes 19.1-2). Uns meses depois, o levita foi atrás da mulher, para convencê-la a voltar. Tudo arranjado, ele passa uns dias como hóspede na casa do sogro, e finalmente se põe a caminho, levando a mulher. À meia tarde, eles passaram por Jebus (Jerusalém), que não pertencia a israelitas. Por isso o homem não quis passar a noite ali, preferindo caminhar mais um tanto até chegar a Gibeá. Ali, sim, viviam israelitas, da tribo de Benjamim.
Entrando na cidade, esperaram na praça para ver se alguém lhes daria hospedagem (naquele tempo, isso era um dever sagrado). Ninguém. Por fim, um efraimita que morava ali os convida para passarem a noite em sua casa.
Os benjaminitas, não só menosprezaram o dever da hospedagem, mas quiseram abusar do levita. O restante da história vai sem comentários. O que se pode, é dizer o que dizia quem escutava a história: nunca se viu tal coisa em Israel (v.30).
Parece, às vezes, que a pedagogia divina não estava dando resultado. Por outro lado, é de admirar que o texto bíblico não tente esconder ou maquiar esses fatos, mas os apresenta em sua crueza. Essa história terá continuação. Vejamos o que acontece. No momento, nos sentimos ambivalentes. Mas a coragem de expor o problema, pode ser já um passo para a sua resolução ou encaminhamento.
Dia 224 – Ano 1