Estamos nos introduzindo, pouco a pouco, no processo de tentar entender o sistema sacrificial e o sistema de oferendas dos israelitas.
Os sacrifícios de animais eram de dois tipos. Num, o animal era queimado por inteiro (é o “holocausto”). Noutro, só partes eram queimadas, e o resto era comido pelos sacerdotes. O mesmo se aplicava às oferendas (como as de alimentos, Levítico 2). As oferendas tinham como objetivo o agradecimento, pagamento de um voto, etc. O holocausto tinha como objetivo fazer “expiação” (Levítico 1.4), remover os pecados e tornar as pessoas “aceitas” por Deus (1.3).
A santidade divina é “fogo consumidor”. O pecado é destruído em Sua presença. Assim, para evitar que as pessoas sejam mortas, um animal ao qual se transfere o pecado (Levítico 1.4) é queimado. O sangue espargido é a vida que se esvai, propiciando que outra vida seja preservada. A parte das oferendas que não é queimada, é consagrada a Deus e comida pelos sacerdotes (Levítico 2.3,10).
Levítico 4 — 5 é dedicado a instruções sobre o que fazer em relação aos chamados “pecados por ignorância”. São infrações involuntárias, mas, mesmo assim, infrações. O trecho trata dessas infrações, cometidas por quatro grupos: os sacerdotes (4.1-12), o povo (4.13-21), os líderes (4.22-26), qualquer indivíduo (4.27-35 e todo o capítulo 5). Em 5.17-19 temos um tipo de resumo.
Chama a atenção o conceito de pecados “do povo”. Várias histórias do Antigo Testamento vão mostrar como pessoas podem fazer coisas que trazem culpa sobre o povo todo. Nós hoje gostamos de pensar que isso não é mais assim, que só se pode falar de culpa em relação aos indivíduos. Mas as grandes injustiças sociais do nosso tempo, muitas vezes não são atribuíveis a crimes individuais. A sociedade toda, à medida em que permite a injustiça, é culpada. Os textos bíblicos nos ajudam a lembrar disso.
Dia 94 – Ano 1