O resultado da falação que tomou conta do relatado no capítulo anterior, foi uma consternação geral, resumida em Números 14.1. Aos gritos e aos prantos, o povo se percebe num beco sem saída, e mais uma vez “murmura” contra Moisés e Arão (v.2) e contra Deus (v.3). Os que conseguiam pensar numa solução, sugeriam que se colocasse um deles no comando, para que os conduzisse de volta ao Egito (v.4). Essa paixão para com o cativeiro é, realmente, digna de nota.
Josué e Calebe, as vozes discordantes entre os espiões, fizeram um discurso marcado por coragem e fé (v.6-9). Mas não adiantou (v.10). Deus interveio (v.10), e desabafou com Moisés (v.11). “Até quando?… Até quando?…” (v.11). Este desabafo ainda terá que ser ouvido por muito tempo na narrativa bíblica (cf. Marcos 9.19). De novo Deus sugere a Moisés acabar com esse povo e começar de novo, só com os descendentes dele (v.12). De novo Moisés O dissuade (v.13-16) e apela para a Sua misericórdia e Seu perdão (v.17-19).
Deus perdoa (v.20). Mas as consequências dessa rebelião geral serão muito duras (v.21-38). Nenhum dos adultos daquela geração viveria para entrar na terra prometida (v.22-23), com exceção de Josué e Calebe (v.24). O itinerário mudaria: em vez de ir direto para Canaã o povo faria um caminho longo, que implicava inicialmente num retorno (v.25). Os filhos dessa geração, em nome dos quais se reclama contra Deus, entrarão na terra prometida (v.31).
Por quarenta dias os espiões vasculharam a Terra, para dar no que deu. Por quarenta anos, agora, o povo peregrinaria pelo deserto, até que toda essa geração tivesse desaparecido (v.34). Quando Moisés leva a notícia ao povo, este quis corrigir o erro, e assim mais uma vez desobedeceu à palavra de Deus (v.39-44). Com o resultado que era de se esperar (v.45).
Chama a atenção que em Números 14.17-19 o poder de Deus é identificado com Sua capacidade de ser longânimo e perdoar. Diferente do que nós normalmente pensamos.
Dia 129 – Ano 1