Neste capítulo nos deparamos com uma crise sem precedentes na nação israelita acampada no deserto. Duzentos e cinquenta homens, gente importante (Números 16.1-2), deram início a uma revolução, aparentemente por mais democracia e igualdade de direitos (v.3). O jeito foi marcar um encontro entre os grupos em conflito, e deixar Deus escolher ou demonstrar como é que Ele queria que fosse a organização e o exercício do poder (v.4-7).
Na sequência fica claro que estamos diante de uma disputa por poder entre os sacerdotes e os outros levitas (v.8-11). Os levitas, aqui representados por Datã e Abirão, davam voz às queixas já conhecidas (v.12-14). Segundo elas, Moisés tinha feito tudo errado até ali. Tinha tirado o povo de uma terra “que mana leite e mel” (o Egito!) com a promessa de levá-los a uma terra que mana leite e mel. Em vez disso levou a “esse deserto” onde fará todos morrerem. E aí ele (Moisés) fica de palavrório, “jogando poeira nos olhos” (16.14) dos outros, para que não vejam o que se passa. São denúncias graves e bem articuladas.
A reação divina foi dizer a Moisés e a Arão: “saiam da frente que vou acabar com esse povo” (v.20-21). De novo Moisés (e agora Arão com ele) tem que interceder e apelar à bondade de Deus, que é maior e mais própria do que a Sua ira (v.22). O resultado, ainda assim, foi um terremoto localizado que abriu crateras que engoliram todos os rebeldes com suas famílias (v.31-35).
Na hora foi um susto e um choque. No dia seguinte (v.41) as elocubrações da noite de insônia já tinham feito seu estrago: nova murmuração contra Moisés e Arão. Deus intervém (v.42), e tem início uma praga como aquelas do Egito. Não fosse Arão, seguindo instruções de Moisés, ter se colocado em pé “entre os mortos e os vivos” (v.48), fazendo uma barreira, e não se sabe qual teria sido o desfecho.
Dia 131 – Ano 1