Aos poucos vamos vendo, na narrativa, a figura de Arão, o sacerdote, se avolumar. Sua pronta atitude, colocando-se no meio do povo como barreira viva, impediu uma grande mortandade (Números 16.49). Números 17 fala de um episódio em que a liderança de Arão é publicamente legitimada. Cada tribo devia depositar na Tenda do Encontro, diante do Testemunho (a arca da aliança) uma vara, símbolo da autoridade. Cada chefe de tribo tinha uma, que indicava que ele era o chefe da tribo. A palavra maté significava tanto “vara” (da autoridade) como “tribo”.
Estamos, aqui, acompanhando uma “eleição”. Diferente das nossas de hoje em dia, mas o objetivo era o mesmo. Era para decidir, finalmente, quem seria eleito para sacerdote, mediador religioso entre o povo e Deus. Neste caso, pela própria natureza da questão, quem tinha que escolher era o próprio Deus. O motivo e o processo estão no v.5. As varas ficariam na Tenda durante a noite, e Deus escolheria. No dia seguinte (v.8), a vara de Arão (que representava a tribo de Levi, v.3) tinha florescido, dando brotos, flores e até frutos. As outras varas foram devolvidas aos chefes das tribos, e a de Arão permaneceu no Santíssimo, diante da arca da Presença (v.10).
O trecho termina com o povo reconhecendo que ninguém que não esteja legitimado para tanto pode se aproximar de Deus, pois Sua santidade destruiria esta pessoa, ao destruir o pecado nela (v.12-13). Tais são as consequências do pecado, do fato de ele nos ter separado das fontes da vida em Deus. Não que o próprio Deus esteja satisfeito com esta situação. Pelo contrário. Tudo que estamos lendo e ouvindo na nossa leitura da Bíblia, está acontecendo justamente para sanar essa nossa condição de separação e morte. Mas isso não irá se dar sem a nossa participação voluntária, como pessoas que somos. Por isso tudo demora mais e tende a ser mais complicado.
Dia 132 – Ano 1