A notícia da aproximação dos israelitas se espalhou rapidamente. As populações locais, temendo uma invasão ou um ataque, reagiram agressivamente. Aqui (Números 21.1-3) temos o registro da primeira batalha dos israelitas em sua marcha rumo à terra que Deus lhes havia prometido.
No caminho, a mesma velha história. O povo “se impacienta” (v.4) e reclama de Deus e de Moisés (v.5). Deus reage, e as pessoas começam a ser picadas por serpentes, causando uma mortandade (v.6). O povo confessa seu pecado a Moisés, pedindo-lhe que interceda por ele junto a Deus (v.7). Por ordem divina, Moisés faz uma serpente de bronze e a coloca sobre um poste. Quem fosse picado por uma serpente e olhasse para a serpente no poste, era curado (v.8-9). Essa história intrigante vai se tornar famosa entre os descendentes dos israelitas. O Evangelho de João (3.14-15) vai se referir a ela sem precisar dar explicações, e compara Jesus a aquela serpente levantada no poste e curando quem acreditar nele.
A narrativa, agora, começa a se concentrar na marcha dos israelitas. Um breve itinerário (v.10-20) é recheado com uma citação do Livro das Guerras do Senhor, sobre o qual nada mais sabemos (v.14-15) e com um cântico celebrando um poço que aparentemente Deus tinha feito surgir quando eles estavam sem água (v.16-18).
Mais duas vitórias são relatadas a seguir: contra os exércitos de Hesbom (v.21-30) e de Basã (v.31-35). Os israelitas iam ganhando experiência e confiança. O narrador parece entusiasmado, e cita trechos poéticos (v.27-30). Nessa poesia, chama a atenção especialmente um verso contra Moabe (v.29). Era um país que eles tinham que atravessar, para poder chegar a Canaã. As relações entre estes dois povos, futuramente terão momentos de tensão que já se encontram refletidos aqui. Moabe é chamado de “povo de Camos”, o deus dos moabitas. As guerras entre os povos, no antigo oriente, eram consideradas guerras entre deuses, o mais forte vencia. Por isso a narrativa se compraz em atribuir as vitórias dos israelitas ao seu Deus (v.34).
Dia 136 – Ano 1