No capítulo anterior (Números 3), começamos a olhar mais de perto o círculo do meio do acampamento israelita, o dos levitas, com suas quatro divisões. Lemos também sobre a divisão de tarefas entre os vários grupos. Números 4 aprofunda esse aspecto. Primeiro trata das tarefas de cada família (4.1-33), e depois dá o resultado do recenseamento feito nelas (4.34-49). Está em vista aqui, especificamente, o que cada grupo deve fazer quando os israelitas levantarem acampamento, continuando a caminhada pelo deserto (v.5). Como temos visto, tudo deve ser feito com ordem e com o devido respeito aos espaços de cada um, especialmente o respeito devido ao espaço divino.
O primeiro grupo é o dos coatitas, do qual fazem parte Moisés e Arão e suas famílias. Estas formam um grupo a parte dentro do grupo dos levitas. São coatitas, mas formam uma divisão própria. São as famílias dos sacerdotes, e têm a seu encargo tudo que diz respeito ao Santíssimo (v.4). A tarefa de Arão e seus filhos é descrita em detalhes (v.5-14). Dá até para imaginar como é. A primeira coisa é cobrir a arca da aliança com a cortina, o véu que separa o Santíssimo do Lugar Santo (v.5-6). Na arca, lugar da Presença divina, não se toca (ela era carregada nos ombros, sobre varas enfiadas em argolas que havia dos dois lados dela).
Depois, vem a mobília do Lugar Santo (v.7-14). Quando Arão e seus filhos terminassem a sua parte, entrariam os outros coatitas e fariam a sua (v.15-20). Enquanto isso, também os outros grupos fariam cada um a sua parte (os gersonitas, v.21-28; e os meraritas, v.29-33). O termo geral para o trabalho na Tenda, aqui, é tsabá (v.4), às vezes traduzido por “batalha”. O significado não é primariamente militar, é “fazer sua parte em vista do todo”, sendo que esse todo pode ser o universo inteiro. Talvez a maior batalha dos israelitas nem fosse a das guerras, mas a batalha espiritual envolvendo o cuidado com a santidade da Presença divina e tudo que era incompatível com essa santidade, como temos visto ao longo destes capítulos.
Dia 119 – Ano 1