Êxodo 9

Êxodo 9

Há uma progressão na sequência das pragas, que vai fazendo aumentar o suspense e a sensação de que a situação está ficando intolerável. A quinta praga (Êxodo 9.1-7) foi uma peste que dizimou os rebanhos do Egito. Só os dos egípcios. Dos rebanhos dos israelitas não morreu “sequer um” (9.6). O faraó mandou conferir (9.7), e foi isso mesmo. Mas ele não dá o braço a torcer. 

A sexta praga (9.8-12) veio em forma de ulcerações, feridas abertas, tanto em pessoas como em animais. Os magos ultimamente já não tinham mais a pretensão de imitar o que Deus fazia através de Moisés e Arão. Mas ficavam por ali, curiosos, para ver se aprendiam alguma coisa. Dessa vez, porém, não conseguiram sequer ficar perto deles, por causa das feridas (9.11).

A sétima praga (9.13-35) foi uma chuva de pedras como nunca tinha se visto (v.18). Antes de ela começar, Moisés faz uma advertência ao faraó: se Deus quisesse, já tinha terminado com ele e todo o seu povo (v.15). Mas eles precisavam aprender a lição, que é o que mais importa. Precisavam conhecer o poder de Deus (v.16) e saber que Ele é único e não há outro (v.14). Que, como vai dizer uma das cartas do Novo Testamento muito tempo depois: “Ele é longânimo para com vocês, não querendo que ninguém morra, mas que todos possam se arrepender” (2 Pedro 3.9).

Nessa sétima praga, Deus dá aos egípcios uma chance de crerem nas palavras do Seu enviado e de tomarem providências para se salvar (Êxodo 9.19). E os egípcios acabaram se dividindo em dois grupos: os que temem o Deus dos israelitas (9.20) e os que não se importam com Ele (9.21). A tragédia de uns e o livramento de outros, levam o faraó a por a mão na consciência e admitir, diante de Moisés e Arão, que havia pecado (9.27). E prometeu deixar os israelitas irem embora (9.28). Moisés, porém, já tinha visto o suficiente para não mais confiar no faraó e seus ministros (9.29-30). Com razão (9.34-35).

Dia 63 – Ano 1

Êxodo 8

Êxodo 8

No trecho anterior vimos como teve início o confronto aberto entre os representantes de Deus e o faraó. Desde o primeiro momento, os egípcios começaram a sentir os efeitos dos golpes. Mas o faraó e seus sábios persistem em sua prepotência. Uma frase ressoa ao longo de todo o confronto. É a ordem de Deus ao faraó: “deixa meu povo ir, para que me sirva!” (Êxodo 8.1). Ninguém tem o direito de escravizar ninguém, e está na hora do poderoso governante aprender isso. E está na hora dos próprios escravos aprenderem isso também, o que não será tão fácil.

Das águas, feridas com sangue, surgem agora rãs, que se espalham gosmenta e barulhentamente por todo lado. Os sábios do faraó continuam orgulhosos de sua sabedoria, e produzem mais rãs ainda (8.7). Mas a essa altura isso já não parecia mais motivo de orgulho para o faraó, que chama Moisés e Arão para lhes pedir que peçam a Deus que pare com isso e que ele estaria disposto a atender o pedido deles (8.8). Mas logo se verá que é só uma tática para ganhar tempo.

A segunda praga levou o mau cheiro à terra, não só às águas (v.14). E é da terra que sairá a terceira praga: piolhos (v.16-17). Os magos do Egito tentam fazer isso, mas dessa vez não conseguem (talvez por não conseguirem parar de se coçar). Ao perceberem que o que estava acontecendo ia além de suas capacidades, reconheceram ali “o dedo de Deus” (v.19). Mas o faraó não se dobra. A quarta praga cobre o Egito de moscas. Quer dizer, quase todo o Egito. Dessa vez, Deus resolveu mostrar aos egípcios o Seu cuidado especial pelos israelitas, deixando fora a terra onde eles moram (v.22-23). O faraó tenta barganhar (v.25-29). Mas só para ganhar tempo. Seu coração continua duro (v.32). Mas ele sente os golpes. Já não fala mais do Deus dos israelitas com o mesmo desdém.

Dia 62 – Ano 1