Êxodo 25

Êxodo 25

Neste capítulo, Deus começa a dar a Moisés instruções muito detalhadas sobre uma tenda que os israelitas deviam construir. Seis capítulos da Bíblia serão dedicados a esta tenda. É importante entender o porquê disso. Mas antes precisamos voltar à perspectiva que estivemos ensaiando: ver o monte Sinai de longe, e perceber que sua figura retoma a da escada de Jacó. As figuras são parecidas, a mensagem é a mesma. Só que agora já passou muito tempo, e aquilo que a escada de Jacó visualizava já deu alguns passos para a frente na história.

A importância do monte Sinai na narrativa bíblica vem de nele se realizar parte daquilo que Jacó sonhou. Jacó é agora um grande povo, como Deus havia prometido. E este povo fazia a viagem de volta para a terra prometida, tal como Jacó iria fazer. É Deus cumprindo Sua promessa!

Em vez de anjos intermediando entre Deus e a humanidade, agora é Moisés que faz isso. Essa ligação entre a escada de Jacó e o monte Sinai já tinha sido percebida, como mostra Gálatas 3.19. Ali ele diz que a lei foi dada “por meio de anjos, pela mão de um mediador”. Ou seja, se junta o sonho de Jacó com o acontecimento do Sinai. 

Agora a história dá mais um passo adiante. Deus dá a Moisés a Instrução, a Torá, a Lei. O fato maior é que ela é dada no Sinai. No sonho de Jacó, a escada era “o portal do céu”. Por ela o céu se abria e se ligava com a terra. Todas as energias do paraíso se concentram ali. Energias que curam, que reconciliam o mundo. E a Torá, que vem dali, carrega estas energias e as transmite. Podemos não saber explicar bem como isso acontece, mas é assim que a narrativa bíblica entende.

Dia 78 – Ano 1

Êxodo 24

Êxodo 24

Estamos, de novo, em frente ao monte Sinai. Em Êxodo 24.1, há uma instrução para que várias pessoas subam ao monte. Além de Moisés, temos um grupo formado por Arão e seus dois filhos (antecipando o futuro sacerdócio), e por setenta anciãos (antecipando a futura condução política e educacional dos israelitas). Esse grupo devia subir só até certa altura. Dali, Moisés subiria sozinho ao topo do monte, onde se encontraria com Deus. O grupo todo teve um momento muito especial. Puderam ver o lugar onde Deus “punha os pés” (v.10). Ali eles “comeram e beberam”, na presença de Deus (v.11). Depois Moisés, levando consigo o futuro líder Josué, subiu ao alto do monte e lá ficou, com Deus, durante quarenta dias (v.18).

Este importante capítulo contém vários elementos que aparecerão de novo em outros lugares da Bíblia. Por exemplo, no Livro de Apocalipse (15:2-4) veremos o povo de Deus atravessando um “mar de vidro”, tal como os israelitas atravessaram o mar, no êxodo. E iam cantando o “cântico de Moisés” (cantado em Êxodo 15), acrescentando a ele o “cântico do Cordeiro”, que termina de contar a história lá cantada. O “mar de vidro” lá é o “pavimento de safira”, azul como o mar e o céu, que aparece aqui (v.10). Ele representa o fosso que separa o mundo de Deus. Mas que aqui se abre para os israelitas no monte Sinai.

Olhando de longe, o Sinai lembra a escada de Jacó (o “portal do céu”, Gênesis 28.17) . Não materialmente, é claro. É preciso ver a figura, a forma. Deus no alto, a terra e os “filhos de Jacó” embaixo, Moisés subindo e descendo, fazendo a ligação entre Deus e o povo. O monte Sinai é a escada de Jacó!

Dia 77 – Ano 1

Êxodo 19

Êxodo 19

Seguindo a jornada, o povo chega ao Sinai e acampa ao pé do monte (Êxodo 19.1-2). Começa ali uma série de subidas e descidas. No v.3, Moisés sobe o monte. Deus fala com ele e lhe entrega uma mensagem ao povo (Êxodo 19.3-6). Esta mensagem de Deus ao povo é uma passagem central no Antigo Testamento. O passado é relembrado (v.4; “carreguei vocês sobre asas de águias, e os trouxe até mim”). O futuro, colocado na perspectiva do mútuo compromisso do presente (v.5-6). Dêem atenção às minhas palavras, respeitem a minha aliança. E vocês serão “reino de sacerdotes, nação santa”.

Aqui fica bem claro em que consiste o pacto especial de Deus com o povo de Israel. Toda a terra é de Deus (v.5), não só o povo escolhido e a terra escolhida. Israel foi escolhido para ser colocado à parte (este é o sentido de “santo” aqui) e ensinado nos caminhos de Deus, para que pudesse ser “sacerdote” (v.6), mediador da reconciliação a todos os povos.

O processo iniciado com o chamado de Abrão tem agora uma importante continuação. Porque o que está para acontecer é importante, há todo um ritual que dá solenidade a este momento. O povo é preparado cuidadosamente para ele (v.8-15). Finalmente, “ao amanhecer do terceiro dia” (v.16) Deus desce sobre o cume do monte, com manifestações impressionantes (v.16-18). E Moisés subia e descia, fazendo a ponte entre Deus e o povo (v.20-25).

Talvez a mensagem principal está na imagem que ele transmite. Estamos lembrados da escada que Jacó tinha visto no sonho (Gênesis 28). Deus no alto, a terra embaixo, anjos subindo e descendo. Fazendo um exercício de perspectiva: se nos afastarmos do monte o suficiente para vê-lo à distância, veremos Deus no alto, a terra e o povo embaixo, Moisés subindo e descendo. O monte Sinai representa a escada de Jacó!

Dia 72 – Ano 1