Gênesis 19.1-29

Gênesis 19.1-29

Este capítulo ilustra bem como a disseminação da maldade na terra, que tinha sido o motivo do dilúvio, não foi “lavada pelas águas”. E confirma a percepção do Criador, de que os impulsos do coração humano são maus (cf. Gênesis 8.21). E confirma o que Deus havia dito reservadamente a Abraão (Gênesis 18.20-21): o pecado de Sodoma e Gomorra é grave, e clama aos céus.

O pior é que não foram encontrados ali nem sequer dez justos. Sobrou Ló, com a mulher e duas filhas. Os genros riram dele (Gênesis 19.14), e a própria mulher ficou entre dois corações e acabou sucumbindo (19.26). Sodoma e Gomorra se tornaram proverbiais na narrativa bíblica, como paradigma da maldade sem freios que pode se apossar da espécie humana.

Um texto como este convida “ao divã de Deus”, o melhor lugar para a gente se analisar. Deus conhece nosso coração melhor do que nós mesmos. E quando Ele nos guia nessa análise, é com o carinho de quem conhece a natureza humana por experiência própria. O pecado humano sempre gera clamor, ninguém é uma ilha isolada. E é importante que eles sejam expostos como tal. É importante saber que é “a justiça do Juiz de toda a terra” (Gênesis 18.25) que trata deles. E é importante saber que ela se revelou em “Jesus Cristo, o Justo” (1 João 2:1), assumindo sobre Si a culpa “pelos nossos pecados; e não só pelos nossos, mas pelos do mundo inteiro” (1 João 2.2). E assim Ele próprio nos transforma em “justos”, esses de que toda cidade precisa! 

Dia 28 – Ano 1

Gênesis 14

Gênesis 14

Este capítulo continua a relatar do cotidiano do homem escolhido por Deus para dar início ao Seu projeto de reconciliação. Gênesis 14.1-12 conta de uma guerra entre reis da região. No capítulo anterior vimos como Ló, sobrinho de Abrão, tinha decidido se estabelecer na planície onde ficavam as cidades de Sodoma e Gomorra (13.11-13). Os reis destas duas cidades também participaram desta guerra, e acabaram derrotados (14.10). Os vitoriosos saquearam as cidades (14.11) e Ló estava entre os que foram levados cativos (14.12).

Um dos sobreviventes foi dar a notícia a Abrão. Este juntou seus homens e, no meio da noite, atacou os que haviam levado cativo seu sobrinho, e o libertou, com tudo que lhe pertencia (14.16). Os reis de Sodoma e Gomorra, gratos, foram ao encontro de Abrão e lhe ofereceram que ficasse com todos os bens materiais (14.21). Abrão, que tinha enriquecido graças ao faraó (Gênesis 12.16), agora recusa alegando que não quer que ninguém diga que ele ficou rico por sua causa (14.22-24). Pois é, assim era Abrão. Assim são as pessoas, também as que Deus escolhe! Se formos bem sinceros, veremos que também nós não somos muito diferentes. E mesmo assim Deus vai com a gente.

Uma cena bonita neste capítulo é o encontro de Abrão com Melquisedeque, rei de Salém e “sacerdote do Deus Altíssimo” (14.18). Melquisedeque abençoa Abrão (v.19-20), e Abrão lhe dá o dízimo de tudo que tinha ganho (v.21). Mais tarde, a Carta aos Hebreus vai comentar esta passagem, fazendo uma relação entre o sacerdócio de Cristo e o de Melquisedeque, e entre estes e o sacerdócio levítico (Hebreus 7.1-10).

Dia 23 – Ano 1