Êxodo 27

Êxodo 27

Estamos lendo as instruções que Deus deu a Moisés, no alto do monte, para a construção de uma tenda (o “tabernáculo”) que seria a tenda de Deus no acampamento de Seu povo. Com esta Tenda, temos uma nova etapa no desenrolar do projeto divino de reconciliação. O fosso que separa Deus do mundo e da humanidade começa a ser transposto, da parte do próprio Deus. Tudo está sendo preparado para esta vinda de Deus.

É fundamental que o povo aprenda, neste processo todo, que Deus é Deus. Mesmo acampando entre nós, Deus deve ter Sua santidade respeitada, concretamente. Aprender a resguardar a santidade de Deus é ir aprendendo a resguardar a santidade de cada ser humano, Sua imagem.

Em Êxodo 27, temos instruções para a construção de um altar para os sacrifícios e as oferendas (27.1-8), seguidas de instruções para que se faça na Tenda um pátio externo (27.9-19). Por fim, uma pequena nota sobre o azeite para o candelabro que fica no Lugar Santo, dentro da Tenda, que devia ficar aceso permanentemente (27.20-21). As divisões dos espaços na tenda refletem a forma como os antigos hebreus concebem a sua relação com Deus. Há duas divisões básicas: o sagrado e o profano. Na Tenda, o espaço do profano é o do pátio externo. Este é o lugar para as pessoas “comuns”. O espaço do sagrado é o da área interna da Tenda. Ele é dividido em dois. Um lado se conecta com o pátio externo. É o Lugar Santo, onde os sacerdotes realizam os ritos de expiação e purificação. O lado mais interno é o Santíssimo, a “morada de Deus”. Entre estes dois há um véu, uma cortina que os separa.

Mais adiante veremos que esta divisão é transitória. Ela contribui para a (re)aproximação possível, naquele momento do processo pedagógico de Deus com Seu povo. É um passo adiante, ao criar um espaço mais permanente para Deus no meio do povo. Mas não é ainda o mundo reconciliado, como Deus o quer. O véu ainda separa.

Dia 80 – Ano 1

Êxodo 26

Êxodo 26

A primeira instrução da Torá, que começa em Êxodo 25, é um plano detalhado para construir uma tenda. Não uma tenda qualquer. É a tenda de Deus, o “tabernáculo”. A Tenda na qual Ele vai morar com Seu povo e acompanhá-lo na peregrinação à terra prometida. 

A chave para a leitura destes capítulos está em Êxodo 25.40. No monte, Moisés não só recebeu instruções detalhadas. Ele viu o modelo da Tenda. Não uma maquete, mas o próprio original que a construção aqui na terra devia seguir. A mensagem é que agora se começa a construir, na terra, uma espécie de réplica do paraíso, do paraíso perdido. A Tenda onde Deus irá morar com Seu povo significa um lugar permanente de presença de Deus. Significa que a partir de agora, em um lugar neste mundo (na Tenda de Deus) se encontra “o portal do céu”.

O grande cuidado com que as instruções são dadas é por causa disso. O que está acontecendo aí tem a ver com a reconciliação do mundo. E como Deus quer realizá-la junto conosco, todo cuidado é pouco. Afinal, somos especialistas em não escutar o que Deus diz, ou em querer escutar do nosso jeito.

Êxodo 26 continua a descrição dos detalhes da construção da Tenda. Fala das “cortinas” de pano com que será feita a parte interior dela (26.1-6). Fala da cobertura da Tenda, feita de peles (v.7-13). Fala da “lona” dupla de peles que ia por cima dela (v.14). Fala da “cerca” de tábuas que rodeava a tenda (v.15-29). De vez em quando a descrição é interrompida para insistir em que tudo devia ser feito exatamente conforme tinha sido mostrado (v.30). Na parte de dentro, a Tenda era dividida por um véu sustentado por colunas de madeira (v.31-32). O véu fazia a divisória entre o Lugar Santo e o Santíssimo (v.33). No Lugar Santo, os sacerdotes podiam entrar. O Santíssimo era reservado para a arca e o propiciatório (v.34), o lugar da presença de Deus.

Dia 79 – Ano 1